(R)evolução Científica

Na história científica, a revolução da Ciência é o período que se dá a partir do momento em que Galileu, Kepler, assim como outros pensadores do século XVII iniciam suas descobertas. A partir desse período, a Ciência, que até então estava associada à Filosofia, separa-se desta e passa a tornar-se num conhecimento mais estruturado e prático.

As causas principais desta revolução podem ser resumidas em quatro aspectos: o renascimento cultural, a imprensa, a reforma da Igreja e o hermetismo. Do renascimento originou o humanismo, corrente de pensamento e comportamento que pregava à utilização de um maior sentido crítico e a uma maior atenção às necessidades humanas. O humanismo vinha assim contrariar o teocentrismo da Idade Média (teoria que defendia que deviamos dar atenção total aos assuntos divino, assim como teriamos de ter um sentido crítivo mais rudimentar). Assim, através desta nova corrente o homem desenvolveu a capacidade de observar mais atentamente os fenómenos naturais em vez de aceitar os dogmas criados pela Igreja. A imprensa (inventada neste mesmo período de tempo) desempenhou um papel fundamental na revolução das Ciências. Devido ao criação da Impresa desapareciam os erros de interpretação e/ou cópia que deturpavam as traduções dos livros e das obras. Outro aspecto que teve um papel decisivo na Revolução Científica foi a reforma da Igreja. Os reformistas defendiam que uma das formas de se apreciar a existência de Deus era através das descobertas científicas, ou seja, estas passaram a ser incentivadas originando o desenvolvimento da revolução das Ciêcias. Por fim, o hermetismo selou a revolução científica. Esta corrente representava um conjunto de idéias quase mágicas, mas que davam grandiosidade à concepção quantitativa do universo, encorajando o uso da matemática para relacionar grandezas e demonstrar verdades essenciais. A difusão desta área das ciências criou um ambiente propício para o desenvolvimento de um método científico mais rigoroso e crítico, o que modificou a forma de realizar experiências, de criar, de fazer ciência. Talvez os  grandes desenvolvimentos a que a humanidade assistiu posteriormente não tivessem sido possíveis sem a reestruturação da Ciência.

Assim como todas as revoluções a que assistimos durante o desenvolvimento da humanidade, esta não ocorreu de maneira isolada ou por motivos específicos, mas foi consequência de uma nova sociedade envolvida em novas ideias.

 

 

 

 

 

 

Mas para nos referirmos a este período tão determinante da história das ciências há que mencionar alguns dos nomes que tanto a influenciaram. Seguem-se, então, alguns nomes daqueles que são considerados os grandes nomes da Revolução Científica.

 

Isaac Newton, devido às suas descobertas durante o século XVII, orientou os estudos da Física durante os 200 anos que se seguiram. Por trás de fenómenos aparentemente banais construiu a base de teorias revolucionárias.

Nasceu a 25 de Dezembro de 1642 em Woolsthorpe, Inglaterra, tendo ingressado na universidade de Cambridge em 1661, com 18 anos, onde estudou matemática e filosofia. No ano de 1668, após a idealização das leis da reflexão e refracção da luz, construiu o primeiro telescópio reflexivo. Em 1669, assume o cargo de professor de matemática na universidade de Cambridge, tendo sido convidado para a Real Sociedade Britânica em 1672. No ano de 1687 publica “Princípios Matemáticos da Filosofia Natural” e a sua famosa obra “Principia”, em que descreve as leis da gravidade e dos movimentos. No decorrer do ano de 1696, Issac Newton é nomeado Guardião da Casa da Moeda. Mas foi só no ano de 1705 que este cientista recebeu o título de nobreza da rainha Anne e passa a chamar-se Sir Isaac Newton.

Sir Issac Newton morreu a 20 de Março de 1727, tendo sido enterrado na Abadia de Westminster, em Londres.

 

Galileu Galilei nasceu a 1564 e faleceu a 1642.

Este cientista criticava Aristóteles dizendo que “A tradição e a autoridade dos antigos sábios não são fontes de conhecimento científico”. Galileu afirmava igualmente que a única maneira de compreender a natureza é através da experiência. Achava que o acto de fazer ciência se baseava na comprovação através da experiência, ou seja, “o livro da natureza é escrito em caracteres matemáticos”. Foi acusado de ser inimigo da fé, tendo sido julgado pelo tribunal do santo ofício, a Inquisição. Galileu viu-se obrigado a reconhecer diante dos inquisitores que estava “errado” para poder sobreviver e, portanto, terminar as suas pesquisas. Segundo consta, Galilei pronunciou as seguintes palavras em voz baixa: “Eppur si muove”, em português “mas ela anda”. A teoria defendida por Galileu afirmava que a Terra não é um ponto fixo no centro do universo, movimentava-se.

A história de Galileu é um exemplo célebre de como a violação à liberdade de opinião das pessoas pode ser altamente prejudicial ao desenvolvimento das ciências. Após a sua morte e devido ao facto de que as suas ideias prevaleceram, assim como as de muitos outros, a sociedade teve a oportunidade de assistir a uma revolução científica extraordinariamente grandiosa.

 

O matemático René Descartes viveu entre 1596 e 1650. Com as suas investigações na área da Matemática, Descartes mostrou-nos como esta ciência poderia ser utilizada para descrever as formas e as medidas dos corpos. Foi Descartes que inventou a geometria analítica. A sua obra mais afamada denomina-se “Discurso sobre o método” e foi publicada em 1636. Nela, Descartes procura convencer-nos de que o raciocínio matemático deveria servir de modelo para o pensamento filosófico, bem como para as restantes ciências. Uma das frases mais célebres da história do pensamento filosófico é: “Penso, logo existo.”. Descartes acreditava que dessa verdade ninguém poderia duvidar. Ele defendia ainda que o raciocínio matemático é baseado, principalmente, na lógica dedutiva, em que nós partimos de uma verdade para encontrarmos outras verdades, ou seja, que uma verdade é consequência de outra.

 

O médico italiano Francesco Redi viveu entre 1626 e 1698 e a sua principal descoberta foi a demonstração que não existia a chamada geração espontânea, uma ideia aristotélica. Redi fez uma experiência em que colocou carne em vários vidros. Posto isto, deixou alguns abertos e cobriu outros com um tecido fino de algodão, permitindo a entrada de ar. Este tecido era importante, porque para os defensores da geração espontânea, o ar era fundamental para que o fenómeno acontecesse. Se a teoria da geração espontânea fosse verdadeira, as larvas de moscas deveriam aparecer tanto nos vidros abertos quanto nos vidros cobertos com gaze, contudo, após alguns dias, surgiram larvas só nos vidros abertos. Redi mostrou, então, que as larvas surgiam das moscas e não por geração espontânea. As moscas podiam entrar nos vidros abertos e depositar seus ovos sobre a carne, mas não conseguiam entrar naqueles cobertos pelo tecido.

 

Francis Bacon foi outro cientista bastante importante para a Revolução Científica. Viveu de 1561 a 1626 e mostrou-nos a importância da experimentação para a aquisição dos conhecimentos científicos.

 

 

 

O físico Nicolau Copérnico (1473 a 1543) mostrou ao mundo que o Sol se encontra no centro do Sistema Solar, contudo, achava que a órbita da Terra era uma circunferência perfeita, o que era errado, mas, o alemão Kepler (1571 a 1630) corrigiu, mostrando que a distância da Terra e do Sol é variável, tendo a forma de uma elipse.

 

 

 

O cientista Louis Pasteur (1822 a 1895) foi o primeiro a provar que seres invisíveis a olho nu - os microorganismos, eram os responsáveis por variadíssimas doenças. As suas investigações e, consequentemente, descobertas ajudaram a salvar muitas vidas e abriram as portas para o avanço da microbiologia e da imunologia.

 

Cientista francesa de origem polaca, Marie Curie, nascida em Varsóvia em 1867, influenciou determinantemente a área científica. Licenciou-se Ciências Matemáticas e em Física. Em 1895 casou-se com Pierre Curie e, no ano seguinte, Henri Becquerel incentivou-a a estudar as radiações por ele descobertas. Através do trabalho conjunto do casal Curie e de Becquerel, isolaram dois novos elementos químicos: o polónio e o rádio. Marie, juntamente com Pierre e Becquerel, recebeu o Prémio Nobel da Física, em 1903 "em reconhecimento pelos extraordinários serviços obtidos nas suas investigações conjuntas sobre os fenómenos da radiação, descoberta por Henri Becquerel". Tornou-se assim na primeira mulher a receber tal prémio. Mais tarde, em 1911, foi também galardoada com o Prémio Nobel da Química pela descoberta dos elementos químicos rádio e polónio.

Foi uma directora de laboratório reconhecida pela sua competência, tendo sido também a primeira mulher a leccionar na universidade de Sorbonne, onde anteriormente se tinha licenciado.

Ironicamente, Marie Curie morreu de leucemia, doença que adquiriu devido à elevada exposição à radioactividade. Contudo, o seu trabalho neste campo, ao qual dedicou praticamente toda a sua vida, permitiu-nos evoluir de forma extraordinária e influenciou a revolução científica de um modo singular.

 


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